Mais do que “baseado numa história verídica”, SOPA NUVEM é uma história verídica, onde todos os personagens, objetos e a sopa, que é servida aos espectadores no fim, são reais.
Um homem conta-nos a sua história: o seu filho lembra-se do avô que morreu, e mais que tudo da sopa de feijão que ele tão bem fazia. O pai parte então numa viagem, para dentro e fora de si, à procura da misteriosa receita do Avô António.
Pela janela da sua sala, transformada em écran, o homem faz cinema ao vivo: fala com o seu filho pelo skype, entrevista velhas tias e amigos do seu pai, entra no filme para comprar feijões. Sempre em relação com o écran, toca a banda-sonora e vai cozinhando a sopa seguindo contraditórias indicações.
Com este pai que procura não só a receita mas também aceitar a sua perda, mergulhamos na vida de um homem normal, evocando, com humor e ternura, a morte, a passagem de testemunho, a família e o amor que tudo atravessa.
SOPA NUVEM foi uma encomenda financiada pelo Centro Cultural de Belém/ Fábrica das Artes em coprodução com o Centro Cultural do Cartaxo. Estreou no CCB em Março de 2011, apresentando-se depois em itinerância de 2011 a 2014 em Portugal e em França, onde participou em diversos festivais, tendo ganho o prestigiado prémio MOMIX 2014 - festival internacional de espetáculos para público jovem (http://www.momix.org/).
O espetáculo é uma espécie de road-movie-show, de thriller gastronómico, em que a receita da sopa é o mistério condutor da ação.
Velhos filmes super 8, novos filmes super 8, entrevistas, fotografias, uma bateria, uma guitarra eléctrica, um fogão, um frigorífico e vários objetos-sonoros acompanham o desenrolar do triller ao mesmo tempo que falam do carácter tormentoso deste Avô António que era capaz do melhor e do pior: “o tempo estava bom e, de repente, punha-se completamente nublado…”.
E sim, no final faz-se mesmo a enigmática sopa do Avô António e todos os espectadores a provam.
SOPA NUVEM dá continuidade a trabalhos anteriores (Filme-Aperitivo no filme-concerto Sherlock Jr., Eu só quero ser aquilo que sou, Duelo ou La creature), onde a Companhia Caótica explora as possibilidades de relação entre a cena, o écran e o público. A imagem, seja como multiplicadora de personagens, janela para viagens, evocação de memórias, prolongamento da realidade ou como cenário virtual, permanece sempre em relação estreita com quem está, em carne e osso, diante do palco.
Conceção e dramaturgia António-Pedro e Caroline Bergeron a partir de uma ideia original de António-Pedro
Encenação Caroline Bergeron
Composição, música ao vivo e realização dos filmes António-Pedro
Interpretação António-Pedro e Gonçalo Alegria
Interpretação nos filmes José-Maria Lobo Antunes, Candido Ferreira e António-Pedro
Cenário Caroline Bergeron
Realização do cenário Nuno Melo
Desenho de luz André Calado
Coaching técnico e som Gonçalo Alegria
Câmara António-Pedro, Leonor Noivo e António Vasques
Montagem Leonor Noivo e António-Pedro
Pós-produção Som Moz Carrapa
Produção executiva Ana Rita Osório
Assistência de produção, ensaios e cenografia Miguel Estanislau
Convidados especiais Bigodes Band
Apoios Kodak, ACCCA, Dupla Cena e SOAZILOPE Lda
Espectáculo encomendado e financiado pelo Centro Cultural de Belém/ Fábrica das Artes (2011)
Coprodução Centro Cultural do Cartaxo
Stage One Produção digressão internacional